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sábado, 3 de janeiro de 2015

Corona (Paul Celan)

Da mão o outono me come sua folha: somos amigos.
Descascamos o tempo das nozes e o ensinamos a andar:
o tempo retorna à casca.
No espelho é domingo, 
no sonho se dorme, 
a boca não mente.  
Meu olho desce ao sexo da amada:
olhamo-nos, 
dizemo-nos o obscuro, 
amamo-nos como ópio e memória, 
dormimos como vinho nas conchas, 
como o mar no raio sangrento da lua.
Entrelaçados à janela, olham-nos da rua:
já é tempo de saber!
Tempo da pedra dispor-se a florescer, 
de um coração palpitar pelo inquieto,
É tempo do tempo ser.. É tempo.

(tradução: Flávio Klothe)

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