Dentro de mim
o olhar e o sopro
o olhar e o sopro
Gênese cosmogônica:
“do pó viestes”
Mas o pó segue em cascatas
miríades de cristais e formas
Olhar-guilhotina atravessa
o plano da existência
toma a consciência
o plano da existência
toma a consciência
quisesse fosse a diferença
Sigo aos borbotões da enxurrada
de um destino coletivo
de um destino coletivo
Busco olhares náufragos
tento agarrar-lhes de relance
lanço um anzol fora da lógica
Nas várzeas fertilizo restos
com belezas recolhidas na vazante
da poesia
da poesia