Miríades de células, veias e sangue
compondo do caos um cosmos
corpo que percebe a poesia
mas começou outro dia
á articular os ossos e os músculos da face
mas começou outro dia
á articular os ossos e os músculos da face
para fazer vibrarem as cartilagens
para descrever nadezas e abstrações
coisas que não existem no mundo das pedras e dos escorpiões
coisas que não existem no mundo das pedras e dos escorpiões
para fazer o poema foram milhares e milhares de anos
para explicar-lo ainda vai demorar um tanto
para explicar-lo ainda vai demorar um tanto
outros milhares a mais
enquanto isso versos caem das árvores
atravessam galáxias e brilham estrelas