a sombra que me cruza o olhar
desvia e vaga pelo mundo
o mundo triste das criaturas
que só sabem ser
quando a luz me atravessa
a consciência do nada vem
como esta noite
que chega despercebida
sei que nada tenho
de posses desprovido
tenho essas poucas palavras
que me visitam como os cometas
como pássaros nos galhos
que roçam a janela na ventania
o ar quente dos trópicos
faz as palavras flutuarem
como folhas secas rodopiando
em uma praça sem nome
as vezes canso deste mundo
canso dos ponteiros do relógio
no riacho escondido na mata
respiro mais uma vez
outra, e mais uma
sou um homem humilde
de um lugar não escolhido por mim
tenho medo de sofrer de realidade
suspiro versos e sigo:
sou poeta
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