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quinta-feira, 27 de junho de 2024

Consertando o mundo

Para consertar o mundo

precisarei de um medidor de emoções

Feito em ouro para não enferrujar

É composto de pêndulos de intenções

para revelar a primavera em cada pessoa


Fundamental será o uso do cubo holográfico

Há nele pequenos cubos brilhantes

como babuscas eslavas uma dentro da outra 

O cubo revelará a origem dos desejos

assim na terra como no céu


Vou utilizar também um fazedor de curvas

com os modelos em cobre escovado:

suaves, abruptas, elipticas, concavas e convexas

O melhor caminho entre dois pontos

sempre será uma curva


Usarei do medidor de emoções

para conhecer as dores que nublam as pessoas

Com o cubo holográfico decifrarei os mapas

de desejos confessos e inconfessos

O fazedor de curvas me ajudará

 

na organização dos encontros 

entre os donos das soluções

e os donos dos problemas

O uso generalizado dos três instrumentos

criará ondas azuis de florescimento 


domingo, 23 de junho de 2024

Olha para o céu meu amor

Olha para o céu meu amor

como Galileu

como Copernico

como Spinosa

na busca universal de sentido

naquele despertar da consciência

como Niesztche

como Hegel

como Ponty

No céu da consciência

No céu do céu

passado, presente e futuro

brincam de micro e macrocosmos

em paralelismos sem igual

Vida e morte dos astros

vida e morte das idéias

ainda brilando depois do fim

em um grande emaranhado de cordas

que sustentam o firmamento

e nosso corpos

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Coisa, Corpo e Ente

I

As plantas dos meus pés

aterrizam primeiro que a consciência

no solo da existência

Aterrizam primeiro como coisa

depois como ente

Nada é gratuíto nesse pouso

Fosse coisa seria materia apenas

para fazer outras coisas


II

tapar buracos 

ser combustível dos outros

Como ente mente de verdade

escolhe, brinca também usa

para ser fíel a si mesmo

Mas pode ser dual

como o terceiro excluido

corpo, coisa e ente


III

entre a doença e a vitalidade

Gente, gente, gente

O peso que esses ossos e cartilhagens 

carregarão nos pés até o fim

Se peso 400 quilos

ás vezes sou pluma

A gravidade me assusta

essa leveza de existir


IV

Mas acordo de um baque:

é preciso comer, vestir, dizer bom dia!

A coisa toda quer andar

quer ser feliz

o corpo sorri de sábado

a graça acontece de novo

o sol nasce e o café escorre

para dentro do corpo


V

Vamos jogar alguma coisa?

Tirar coisas do lugar

para que a vida interessante 

seja para o entendimento

As plantas dos pés pousam no planeta Terra

Em 1969, alguém pousou na lua

Entre o peso e a consciência

tem uma leveza que leva tempo

terça-feira, 11 de junho de 2024

O gato Bruce Lee

I

Seu ciúme felino era natural

Maior que o amor humano

pela nossa prima donna 

Fez dela a rainha dele

Ela fez dele um leãozinho

Gangazumba, Zumbi,

Conselheiro, e Lampião


II

Guerreiros dessa terra

venham receber um gato arretado

que neste dia fez a passagem

Foi de rua 

das bandas do Gama, Brasília

Nasceu na lua da sorte

foi viver na Asa Norte

onde tinha contexto e ensejo


III

Recebeu a alcunha de Bruce Lee

o lendario lutador chinês 

para dar-lhe inspiraçao

Curioso de tudo saber

Foram muitas aventuras 

desse pequeno gato de lua

Voou pela janela do terceiro andar

para aterrisar como um 14 Bis


IV

Nesta derradeira tarde, a última aventura

próximo da linha do Ecuador

onde os portugueses chegaram

e os Potiguares ali estavam

Seu corpo esquio de espadachim

lançou-se como um florete

afiado e resoluto

em direção ao infinito


V

Quis saber do mar imenso

a última lição da vida

a mais dolorosa e tentadora

teve o pressentimento 

Até as nuvens pararam para ouvir

o que o gato iria perguntar ao mar:

"De onde vem a vida?"

Respondeu Poseidon, o deus do mar


VI

"A vida vem do mar 

mas o mar a leva de volta"

Fica a memória

do brinquedos felinos

dos prazeres compartilhados

de tanto mistério encontrado

em um pequeno gato àgil

filosófico e abençoado



Tanka of Warbles

The warbles just decide

to spend the holiday in New York

The way since Colombia 

passes by over the Caribe

Full of playfulness they fly

without passports

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Liberdade vem do Amor

É hora da colheira

Foi meu mestre quem ensinou

Manga cai da mangueira

liberdade vem do amor


Liberdade vem do amor!

Foi meu mestre quem ensinou

Liberdade vem do amor!

Capoeira sim senhor.


É hora da colheira

Foi meu mestre quem ensinou

Manga cai da mangueira

Liberdade vem do amor


LIberdade vem do amor!

Foi meu mestre quem ensinou

Liberdade vem do amor!

Capoeira sim senhor.

sábado, 1 de junho de 2024

O véu ao Vento

Não se sabe ao certo

de que tecido ou material é feito

(parece seda...)

o véu que flana

no ar se alonga

de Singapura a São Paulo

atrevessa Sidney e vai até Lima

Conecta cidades as mais diferentes


histórias e identidades

O véu flutua leve

agora cobre a Antartida

lentamente se dirige ao sul do Chile

Esse véu não precisa de passaporte?

É de outro mundo

É da atmosfera 

sem fronteiras nem idiomas


Nas alturas onde fala ao vento

Não há limites 

nem divisão de terras

Da atmosfera se vê diferente

quase imovel a dura rocha

que molda aos continentes

A atmosfera leva o véu aonde quer

não respeita convenções


Chove para renascer 

a porção mais dura 

a mais antiga do planeta

Forma lagos e rios

cria marcas na face escura

escava o solo

com calma e paciência:

A atmosfera se adapta

Do futuro

Se diz por ai que a internet foi inventada na gringa No caso de uma guerra global as comunicaçãos seguiriam Como a guerra não foi declarada ...